Pular para o conteúdo principal

BALANÇO NA VIDA

Será que somos da antiga
Uns alucinados visionários
Uns impetuosos estressados
Uns aloprados desmiolados
Uns dos que sabem aonde ir?
Será que somos...
Não dos mais lembrados
Não dos mais queridos
Um pouco mudos calados
Uns falantes acotovelados?
Será que somos...
Apenas um puro engano
Donos de capciosas pinóias
Donos de opressivas levezas
Seres feitos só de durezas?
Será que somos...
Um pouco inspirados
Um pouco agressivos
Um pouco sozinhos
Um pouco ciganos?
Será que somos...
Um pouco vespertinos
Um pouco notívagos
Um pouco acanhados
Só um pouco desleixados?
Será que somos...
Apenas muito vagos
Apenas uns puristas
Não muito criticos
Nem um pouco pacificos?
Será que somos...
Apenas uns adultos precoces
Umas crianças enrustidas
Só uns jovens assustados
Ou um pouco de tudo isso?
Será que possuímos...
Só sonhos que impossíveis
Pouca garra para consegui-los
Só uns planos impraticáveis
Ou só pesadelos plausíveis?
Será que somos..
Alguém em busca de si
Alguém perdido e só
Alguém cheio de brios
Alguém em tom febril?
Será que temos...
Uma carência adormecida
Uma decepção escondida
Uma felicidade incontida
Uma alegria entristecida?
Será que somos...
Talvez só uns insensatos
Uns por demais confusos
Uns ignóbeis intratáveis
Quem sabe só uns desolados?
Será...
Talvez só uns inconstantes
Talvez só uns fios cortantes
Talvez só uns tinos errantes
Quem sabe só uns pedantes?
Será que somos...
Realistas ou puristas pensantes
Ou daqueles que nunca pensam
Ou só dos que só fogem da cena
Os dos que estão sempre presentes?
Somos dos que...
Uns que só com ferro ferem
Uns do que com palavra atraem
Uns do que com gestos isolam
Uns que só com os olhos aliviam?
Será que somos...
Dos que escutam e não ouvem
Dos que falam o que não sentem
Dos que só calam e consentem
Dos que sempre dizem e não mentem?
Será que somos...
Seres ditos realizados
Seres batidos e lesados
Seres sábios, mas amorfos
Seres só em desconfortos?
Será que estamos mais para...
Só grandes amigos infantes
Só muitos cavaleiros andantes
Uma fila de moinhos paralisantes
Um bando de duques reinantes?
Será que queremos mais...
A paz que acalenta
A dor que arrebenta
A cura que apazigua
A verdade que alimenta?
Será que somos...
Grandes amigos do peito
Só umas pessoas sem jeito
Só mais uns com os outros
Ou dos que fazem a diferença?
Para onde estaremos indo...
Para um deserto de aflição
Para um campo só florido
Para um campo minado
Para um paraíso esperado?
O que queremos...
Uma paz que aqui jaz
Uma calma somente
Um amor não carente
Um amigo presente?
O que diremos nós..
Tenha calma e avante
Vá e arrume o presente
Nunca largue do manche
Nunca desvie do horizonte?
Seremos resultado...
Só do melhor que cruzamos
Só dos males que lembramos
Só dos bens que conquistamos
Ou por tudo isto agradeçamos?

Roselis von Sass 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Poema Anjos de uma asa só

Um lenda,um acalento. . .  Não sei se é verdade. . . e não me importo com isso.  Não precisa ser. . . .  Foi há muito tempo atrás. . . depois do mundo ser criado e da vida completá-lo.  Num dia, numa tarde de céu azul e calor ameno. Um encontro entre Deus e um  de seus incontáveis anjos. Acredita?  Deus estava sentado, calado. Sob a sombra de um pé de jabuticaba. Lentamente  sem pecado, Deus erguia suas mãos então colhia uma ou outra fruta. Saboreava  sua criação negra e adocicada.Fechava os olhos e pensava. Permitia-se um  sorriso piedoso.Mantinha seu olhar complacente. Foi então que das nuvens um  de seus muitos arcanjos desceu e veio em sua direção.  Já ouviu a voz de um anjo?  É como o canto de mil baleias.  É como o pranto de todas as crianças do mundo.  É como o sussurro da brisa.  Ele tinha asas lindas. . . brancas, imaculadas. Ajoelhou-se aos pés de Deus e  falou:  ? Senhor. . . visitei sua criação como pediu. Fui a todos os cantos.  Estive no sul, no norte. No leste

A LENDA DO PARDAL (FRONTEIRA)

DIZEM QUE O PARDAL NÃO É DAQUI,QUE FOI ASSIS BRASIL QUEM TEVE A PÉSSIMA IDÉIA DE TRAZER ESTE BICHO EXCOMUNGADO DAS EUROPAS.NÃO PRESTA PARA NADA,INCOMODA UMA BARBARIDADE E AINDA CORRE COM O TICO-TICO E O CANARINHO-DA-TERRA DE TUDO QUANTO É CANTO. É UM BICHO ANTIPÁTICO,QUE NÃO CAMINHA:PARA ANDAR,TEM QUE DAR UNS PULINHOS,COM OS DOIS PÉS JUNTOS,COMO SE ESTIVESSE MANEADO. E ESTÁ MESMO.FOI CASTIGO DE DEUS. QUANDO NOSSO SENHOR ESTAVA FAZENDO OS BICHOS PARA SOLTAR NA TERRA,PERGUNTAVA O QUE CADA UM IA FAZER.E DISSE A POMBA: - EU VOU SER MANSA E TRANQUILA,O SÍMBOLO DA PAZ. - EU VOU CANTAR PARA A ALEGRIA DOS GAÚCHOS. - DISSE A CALHANDRA.E ASSIM POR DIANTE. QUANDO CHEGOU A VEZ DO PARDAL,QUE ERA RABUGENTO E ESTAVA BRABO POR SER DOS ÚLTIMOS NA FILA,ELE SE SAIU COM QUATRO PEDRAS NA MÃO: - EU?POIS EU VOU DAR COICE NO MUNDO E ACABAR COM TODA ESTA PORCARIA,QUE ESTÁ TUDO MUITO MAL FEITO! - AH,VAI? - DISSE NOSSO SENHOR.POIS ENTÃO EU VOU TE MANEAR,PRA QUE TU NÃO DÊS UM COICE NO MUNDO QUE EU FIZ... É POR IS

Mulher Gaúcha Antonio Augusto Fagundes gentileza de Paulo Roberto Vargas

Os velhos clarins de guerra desempoeirando as gargantas quero-querearam no pago. E o patrão coronelado, reuniu em torno parentes, posteiros, peões e agregados. Chegara um próprio do povo trazendo urgente recado que se ia pelear de novo e o coronel, satisfeito, dizia, fazendo graça: "vamos ver, moçada guapa, quem honra a estirpe farrapa e atropela numa carga por um trago de cachaça...Os velhos clarins de guerra desempoeirando as gargantas Um filho saiu tenente, o mais velho - capitão, um tio ficou de major. (o pobre que passa o pior, a oficial não chega, não: o capataz foi sargento, um sota ficou de cabo e a peonada, e os posteiros, ficaram soldados rasos pra pelear de pé no chão...) Carneou-se um munício farto - vindo de estâncias vizinhas - houve rações de farinha, queijo, salame e bolacha, se santinguando em cachaça a sede dos borrachões. E a não ser saudade e mágoa nada ficou pra trás a garganta dos peçuelos misturava pesadelos sanguessugando, voraz, cartuchos e caramelo