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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

CARNAVAL

O carnaval me fascinou desde a mais tenra infância e ficava alucinada querendo participar dos blocos que se formavam, encantador no colorido e especial na animação de cada folião. Na minha cidade do Rio de Janeiro era a delícia dos meus tempos de garota. Jogava as serpentinas como eu observava os adultos fazerem, e ficava enfeitiçada pela direção imprevisível que elas tomavam. Tudo era fascinação nos áureos tempos em que ainda se podia dar ao luxo de brincar carnaval, sem temer a violência e as drogas. Elas existiam, mas de uma maneira mais amena e sem ostentação. Em todos os carnavais de minha infância a fantasia era indumentária insubstituível, uma espécie de entrada obrigatória e evidente para qualquer reunião da criançada enlouquecida pelas brincadeiras informais e querendo seguir o palhaço que fazia a abertura da festa popular. E nos reuníamos primeiramente na Praça do Lido, sambando ao ritmo das músicas executadas. Nunca esquecerei o leve e inebriante torpor que aqueles três dias

O MEU CAFÉ

“Para alguns, uma pequena xícara contendo o néctar negro com espuma de ouro é um meio de sobrevivência”.  (Tia Odacir) Cinco horas da madrugada, levanta cambaleando, tropeçando nos móveis, quebrando o dedo mindinho no sofá da sala. É hora de ir para o trabalho. O seu tio Osmair já está lá há um bom tempo, passando o café: duas colheres de pó, quase um litro d’água, três colheres de açúcar. Fogo aceso aguardando as primeiras fervuras. Nunca deixa a água ficar muito tempo ao fogo. Se ficar, o café fica mais amaro. As lembranças vão e vêm. Lembra-se da vovó Odair lá no sertão de Goiás, nos fins da década de oitenta, quando ainda era criança. Bodoque (estilingue) na mão, ir para o mato caçar passarinho. Banho no ribeirão, pular corda, chicotinho queimado e esconde-esconde. Sem contar as intermináveis manhãs soltando papagaio (pipa) lá no pasto, sem nenhuma moto ou fios de rede elétrica para atrapalhar. Até que viesse uma rajada de vento e pronto. O papel e linha engaranhavam naquela

A dobradura dos lenços, reflexão - Prof. William Douglas

Há momentos em que o velho se revela em mim, e isto acontece cada vez mais. Antigamente, eu era o mais novo nas conversas e mesas... O que já não é tão comum. Já dei aula para juízes, professores, que passaram por mim há alguns anos e, agora, sentam-se comigo. Anoto: uma honra gratificante. E nem falo das palestras sobre concursos, onde cada vez mais recebo a "visita" de concurseiros já aprovados, que vão apenas levar o abraço e a notícia, sempre alvissareira, de seus merecidos sucessos. Sou amigo dos pais de vários profissionais com que lido. Bem, fui amigo  primeiro  dos pais, entende? Em um relance mais difícil, recebo do oftalmologista novos bilhetes, com números mais altos, que me obrigam a fazer novas lentes. Curiosamente, quando começo a entender um pouco mais do mundo pelos olhos da emoção, os olhos físicos vão ficando mais frágeis. Há alguns anos disse que possuía todas as respostas para o mundo no meu bolso, que só me faltava achar os botões da calça. Sigo

Oração do Ginete - Xirú Antunes

Q uando a alma de um ginete em oração Nesta xucra devoção vai enfrentar seu destino Eu tiro então meu chapéu pra "Senhora Aparecida" Que é a protetora da vida e minha mãe lá do céu Que me proteja a senhora neste ofício de peão Que o limite seja o chão num escarcéu barbaresco Terra, mundo e algum retovo e se carrego um pecado Deus me dê um desbocado pois vim alegrar meu povo E quando numa toada, dessas que um taura se plancha De um maula pedindo cancha se batendo nos meus ferros Até me perco na rima nesse bailado de morte E um índio brinca co'a sorte se um louco vier por cima Então "Senhora dos Campos", eu te peço tua benção Cuide da vida de um peão pois eu não quero mais nada Somente esse meu anseio de montar noutro rodeio Pra uma nova gineteada.

Trocando pão e ideias

Há uma parábola chinesa que diz: Dois homens caminham por uma estrada em sentido contrário, cada um  traz consigo um pão. Em determinado ponto os dois se encontram e trocam os pães... Depois, cada um segue, levando  um pão . Em outra estrada, dois homens também caminham em sentido contrário, e cada um deles traz consigo uma ideia. Em determinado ponto eles se  encontram e trocam as ideias... Depois, cada um segue seu caminho, levando agora  duas ideias . É assim: quando trocamos bens materiais, não acrescentamos muito ao nosso patrimônio, mas quando trocamos experiências, transformamos nossa mente numa ferramenta fecunda, capaz de proporcionar-nos mais sabedoria, um patrimônio intangível. Autor: Desconhecido