Desfaça em mim o gosto que eu não gosto
Me ajude a acreditar no que eu aposto
Habite onde cresce o meu vazio
Me aponte o limiar que eu distancio
Definhe o que me dói e eu não ligo
Me ensine a escapar do meu perigo
Acenda nos meus olhos o que eu cego
Conduza às minhas mãos o que eu renego
Devolva o que eu mais creio e não edifico
Me ensine o que eu mais sei e não pratico
Arraste até o abismo os meus tormentos
Retire lá de dentro os meus alentos
Sublinhe a compreensão nos meus escritos
Ressoe a suavidade nos meus ditos
Preencha o meu viver de compaixão
Me livre de matar minha redenção
Desarme as armadilhas que eu mantenho
Preserve o bem querer que eu ainda tenho
Não deixe que eu esqueça o que lhe peço
Me aceite como eu sou e me confesso
(Yrto Mourão/Atos de Poesia)
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