Os que
morrem desaparecem aos olhos. Não desaparecem, contudo, aos olhos de
Deus: Ele conhece suas moradas e conhece a sua sorte, Ele que os “
amou até o fim.” Nós porém, poderemos reunir-nos a eles,
comunicar-nos com eles?
Ocuparam
alguns lugar tão grande em nossa vida; foram a luz de nossos olhos a
causa de nossa alegria, a alma de nossa alma; e tudo isso teria
acabado para sempre?
Como
poderia acabar, se o homem é mais espirito do que carne e se
realmente compartilhamos do que h
avia neles de mais intimo e espiritual? Mas como encontrá-los e por que meio atingi-los, a não ser nos recolhendo em nós mesmos, e no ais profundo de nosso ser?
avia neles de mais intimo e espiritual? Mas como encontrá-los e por que meio atingi-los, a não ser nos recolhendo em nós mesmos, e no ais profundo de nosso ser?
Se
verdadeiramente eles adormecem no Cristo, como nos é permitido
esperar foi certamente para escaparem a todos as necessidades
materiais, a todas as vicissitudes da exterioridade: só há, pois um
meio realmente eficaz de nos reunirmos a eles, é o de nos
estabelecermos também no plano de interioridade aonde chegaram,
esforçando-nos por viver de sua vida.
E já que
esta vida está mergulhada na intimidade de Deus, que é ao mesmo
tempo para eles morada, alimento e sono, como diz a oração da
Missa, será então nos identificando também mais completamente a
Deus, mergulhando mais profundamente em sua vida, que estaremos
unidos a vida deles, e que as relações interrompidas no plano
visível continuarão mais vivas, na comunhão silenciosa das almas.
Com
efeito, é interiormente que se pode procurar, se não quisermos
perder-nos num além constituído pelas sombras do mundo visível,
imaginando com os nossos queridos mortos relações que procurariam
mantê-los no plano exterior do qual, desde esta terra, o progresso
de nossa vida espiritual pede a liberação sempre mais perfeita.
Se nossos
mortos estão livres das vicissitudes do mundo sensível, se nasceram
paras a vida do Espirito, se estão em Deus, não podemos imaginar
entre eles e nos laços mais belos do que a comunhão cada vez mais
estreita de uma vida interior da qual Deus é o centro, a fonte e o
dom.
É por
esse meio que o nosso amor pode, não somente salvaguardar sua
realidade profunda, mas ainda atingir todo seu poder de ação, pois,
de certo modo, podemos dar a Deus a eles se estão percorrendo ainda
as etapas purificadoras que constituem o misterioso purgatório ou
aumentar de algum modo sua alegria de possui-lo se já atingiram a
bem-aventurança e isso pela intensidade de nosso amor a Deus.
Uma vida
sempre digna de Deus não é o meio mais seguro de unir-nos sempre a
eles?
Não há
dúvida de que, por sua parte, nossos mortos nada deixaram daquilo
que merecia viver eternamente em sua ternura por nós. Podemos
portanto, admitir que seu desejo de união conosco é ainda maior do
que o nosso próprio desejo, visto estarem eles em Deus, a própria
origem do Amor.
E nós,
também estamos estamos em Deus embora não com a mesma plenitude, a
Deus está em nós. Ora, não é Deus o céu das almas fiéis? O céu
pois, está em nós, na medida em que Deus aí está.
Não
podemos por conseguinte, concluir que nossa alma é o santuário das
almas santas, assim como é o templo de Deus? Não temos razão de
pensar que as trazemos de algum modo em nós e que elas estão
incomparavelmente mais perto de nossa alma do que, do coração de
sua mãe, a criancinha de quem ela é misterioso tabernáculo?
Nenhum
consolo maior do que essa união ativa e santificadora com os nossos
queridos, numa intimidade que cresce sem cessar na proporção de
nossa união com Deus. Deus não os arrebatou de nós; ocultou-os em
seu coração para que estivessem mais perto do nosso.
( Maurice Zundel, Le
poème, de la sainte liturgie. Paris, DDB, 1946, pag. 277 – 282 )
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