A ALVORADA FOI RISONHA;
ERGUESTE-TE COM O DIA,
EU FIZ, N'AQUELLA ALVORADA,
UMA ALEGRE PROPHECIA.
INDA RADIAVA FULGENTE
VENUS, A SAUDOSA ESTRELLA,
JÁ TU ORNAVAS AS TRANÇAS
E CANTAVAS Á JANELLA.
E DOS LARANJAES VISINHOS
OS ROUXINOES ACORDADOS
RESPONDIAM-TE COM TRINOS
DA TUA VOZ NAMORADOS.
DOS VIRENTES JASMINEIROS,
QUE A PRIMAVERA ENFLORAVA,
VINHA CHEIO DE PERFUMES
O VENTO QUE TE BEIJAVA.
QUEM DISSERA ENTÃO AO VÊR-TE
N'ESSA RISONHA ALVORADA,
QUE Á NOITE, ESTRELLA CADENTE.
SERIAS INANIMADA?
Escripto em um album a pedido de
F.M. de souza Viterbo em 1870.
JULIO DINIZ
Um lenda,um acalento. . . Não sei se é verdade. . . e não me importo com isso. Não precisa ser. . . . Foi há muito tempo atrás. . . depois do mundo ser criado e da vida completá-lo. Num dia, numa tarde de céu azul e calor ameno. Um encontro entre Deus e um de seus incontáveis anjos. Acredita? Deus estava sentado, calado. Sob a sombra de um pé de jabuticaba. Lentamente sem pecado, Deus erguia suas mãos então colhia uma ou outra fruta. Saboreava sua criação negra e adocicada.Fechava os olhos e pensava. Permitia-se um sorriso piedoso.Mantinha seu olhar complacente. Foi então que das nuvens um de seus muitos arcanjos desceu e veio em sua direção. Já ouviu a voz de um anjo? É como o canto de mil baleias. É como o pranto de todas as crianças do mundo. É como o sussurro da brisa. Ele tinha asas lindas. . . brancas, imaculadas. Ajoelhou-se aos pés de Deus e falou: ? Senhor. . . visite...
Comentários
Postar um comentário