Na rua sossegada onde moro, - á tardinha,
quando em sombras o céu lentamente escurece,
- um piano solitário, em surdina, - parece
acompanhar ao longe a tarde que definha...
Nessa hora, em que de manso a noite se avizinha,
seus acordes pelo ar têm murmúrios de prece...
-Ah! quem não traz como eu também, na alma sozinha,
um piano evocativo que nos entristece?
Há sempre um velho piano de bairro, esquecido
na memória da gente, - e que nas tardes mansas
sonoriza visões de outrora ao nosso ouvido.
Seus monótonos sons, seus estudos sem côr,
repetem no teclado branco das lembranças
o inconcluso prelúdio de um longínquo amor!
J. G DE ARAUJO JORGE
ETERNO MOTIVO
quando em sombras o céu lentamente escurece,
- um piano solitário, em surdina, - parece
acompanhar ao longe a tarde que definha...
Nessa hora, em que de manso a noite se avizinha,
seus acordes pelo ar têm murmúrios de prece...
-Ah! quem não traz como eu também, na alma sozinha,
um piano evocativo que nos entristece?
Há sempre um velho piano de bairro, esquecido
na memória da gente, - e que nas tardes mansas
sonoriza visões de outrora ao nosso ouvido.
Seus monótonos sons, seus estudos sem côr,
repetem no teclado branco das lembranças
o inconcluso prelúdio de um longínquo amor!
J. G DE ARAUJO JORGE
ETERNO MOTIVO
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