Sempre que penso em nossa estrutura corpo-psíquica imagino um
cavaleiro montado. O cavaleiro é a mente, o cavalo é o corpo e as rédeas
a consciência. Domamos nossos cavalos, montamos num piquete
fechado, aprendemos a usar as rédeas, estamos seguros na fazenda. A
cavalgada começa quando pegamos a estrada da vida adulta.
Iniciamos ao passo, com cautela, sem saber o que esperar dessa aventura, de nós e do nosso cavalo. Trotamos, naquele ritmo constante e acomodado. Galopamos, em busca ou em fuga. Voltamos ao passo, para apreciar um percurso, descansar ou manter a calma. Aprendemos a saltar obstáculos e quando o cavalo refuga, o cavaleiro precisa encorajá-lo ainda mais. Nem sempre as rédeas estão firmes, em certos momentos nos deixamos levar. Viver é isso, uma longa cavalgada.
Na maior parte do tempo, o cavaleiro tem o controle do cavalo. Às vezes ele o perde, ou porque o cavalo se assusta, ou porque as rédeas afrouxam e, no pior cenário, porque estão completamente soltas. Um cavalo sem controle deixa qualquer cavaleiro vulnerável, com medo e impotente. Nem sempre recuperamos rápido as rédeas, precisamos cavalgar do jeito que der e seguir adiante. Aconteceu comigo. Pela primeira vez, perdi as rédeas. Já cavalguei com pouco controle do cavalo, mas perdê-lo por completo foi desesperador. Especialistas da objetividade chamam isso de “Síndrome do pânico”. Se alguém tentasse me explicar a sensação — e, de fato, já tentaram — eu não entenderia.
Pensar naquele dia traz de volta uma sensação bem estranha. Me faz lembrar de toda a minha (e nossa) fragilidade, vulnerabilidade e impotência. Dá medo. E eu tive tanto medo que agora tenho medo daquele medo. Medo de perder as rédeas mais uma vez. O que poderia me acontecer? Meu cavalo dispararia, eu poderia cair, ficaria desamparada, ninguém me acharia e como buscaria ajuda? Por alguns minutos achei que poderia perder as rédeas na estrada e enlouquecer. “Calma, só preciso acalmar o cavalo para recuperá-las, estão logo ali”. E sem as mãos nas rédeas, apenas no volante, eu consegui dirigir da Linha Vermelha a Laranjeiras.
A arte da cavalaria consiste em tirar o maior bem do maior mal, parafraseando Machado de Assis. Lembrar dessa frase quando as coisas vão mal me faz bem. Comecei a análise, naquele mesmo dia. Era um desejo que vinha crescendo e eu ia empurrando. Voilà! Se você não faz, a vida te cobra. Nos dias seguintes, foi despontando uma compaixão desconhecida… Pelos que perderam as rédeas e por todos os cavaleiros desse mundo. Somos todos heróis.
Iniciamos ao passo, com cautela, sem saber o que esperar dessa aventura, de nós e do nosso cavalo. Trotamos, naquele ritmo constante e acomodado. Galopamos, em busca ou em fuga. Voltamos ao passo, para apreciar um percurso, descansar ou manter a calma. Aprendemos a saltar obstáculos e quando o cavalo refuga, o cavaleiro precisa encorajá-lo ainda mais. Nem sempre as rédeas estão firmes, em certos momentos nos deixamos levar. Viver é isso, uma longa cavalgada.
Na maior parte do tempo, o cavaleiro tem o controle do cavalo. Às vezes ele o perde, ou porque o cavalo se assusta, ou porque as rédeas afrouxam e, no pior cenário, porque estão completamente soltas. Um cavalo sem controle deixa qualquer cavaleiro vulnerável, com medo e impotente. Nem sempre recuperamos rápido as rédeas, precisamos cavalgar do jeito que der e seguir adiante. Aconteceu comigo. Pela primeira vez, perdi as rédeas. Já cavalguei com pouco controle do cavalo, mas perdê-lo por completo foi desesperador. Especialistas da objetividade chamam isso de “Síndrome do pânico”. Se alguém tentasse me explicar a sensação — e, de fato, já tentaram — eu não entenderia.
Pensar naquele dia traz de volta uma sensação bem estranha. Me faz lembrar de toda a minha (e nossa) fragilidade, vulnerabilidade e impotência. Dá medo. E eu tive tanto medo que agora tenho medo daquele medo. Medo de perder as rédeas mais uma vez. O que poderia me acontecer? Meu cavalo dispararia, eu poderia cair, ficaria desamparada, ninguém me acharia e como buscaria ajuda? Por alguns minutos achei que poderia perder as rédeas na estrada e enlouquecer. “Calma, só preciso acalmar o cavalo para recuperá-las, estão logo ali”. E sem as mãos nas rédeas, apenas no volante, eu consegui dirigir da Linha Vermelha a Laranjeiras.
A arte da cavalaria consiste em tirar o maior bem do maior mal, parafraseando Machado de Assis. Lembrar dessa frase quando as coisas vão mal me faz bem. Comecei a análise, naquele mesmo dia. Era um desejo que vinha crescendo e eu ia empurrando. Voilà! Se você não faz, a vida te cobra. Nos dias seguintes, foi despontando uma compaixão desconhecida… Pelos que perderam as rédeas e por todos os cavaleiros desse mundo. Somos todos heróis.
Comentários
Postar um comentário